Sem título, como algumas obras de arte ou lixos pintados com Acrilic on Canvas (sim, já passou o ranço e posso voltar a falar de Legião Urbana), vai abaixo mais uma daquelas coisinhas achadas no fundo do baú. Ode à mulher, à maravilha dos sentidos e a esta bela tarde de sábado. Espero que gostem.
Quando quero-te,
Abertura desvairada e sem sentido,
Nua carne rosada e ouvidos,
Não sou só um peito marcado pela dor
Ou tampouco o sexo que te preenche quando gozas.
Sou a outra face da palavra,
Toda sombra do mundo,
Debruçado no espectro de teus alvos seios,
Que apontam-me, alvo - preta boca de marfim que engole
Todos os fluídos que recitam
Que me queres, sem talvez sabê-lo.
Quando, quente, pouso as mãos em tuas coxas,
Que, ao frener, respondem que sois minha,
Contradizendo os vocábulos professados
Por essa boca
(meta-boca, boca-linguística, meta-linguística, meta-me-a-língua),
Vejo-te plena, segunda-feira morna,
Não querendo acordar
E feliz pelo advento do dia,
Brotando eu, nove meses após o sempre
Do deslanchar quente do meu corpo.
Chegando em tua alma,
Pelo menos de dia
Ou enquanto não me negares
Por completo.
Sensacional, meu caro.
ResponderExcluirDá pra sentir os sentidos.