Afogamento
A
frase é essa:
O
sozinho sou eu!
Isto
mesmo,
Aquele
que se autoentitulava o rei da solidão,
Para
quem o ser lhe bastava com sobras
E
considerava a comuna simples tempero para o feijão com arroz cotidiano.
É
mentira!
Sou
mentira! Maior que a cantada por Roberto Ribeiro.
Sou
que nem a mendiga sem métrica,
Declaro
que estou em tormento,
Assino,
aqui, a declaração de intenções da hecatombe implosiva.
Assumo
que aquele coração que havia ficado em outra Muda para travestir-se de rocha,
Na
realidade, era só gelo,
Que
agora derrete em quenturas destiladas e ensimesmadas,
Independentes,
Complementares,
Que
me fazem cogitar direcionar minha incoerência oblíqua para o nada,
Só
para não fazê-las sofrer,
Só
para poder doer em paz.
Pois
hoje, invento verbos,
Não
somente sinto dor,
Doo.
Inteiro,
Por
mais uma vez não entender como sou possível.
Aliás,
Não
sou impossível,
Sou
apossível.
Amo
em demasia com a mesma intensidade que consigo fazer sofrer.
Devia
ser preso,
Interditado.
Melhor:
compreendido,
Para
que me explicassem que aperto é este,
Que
vácuo de excessos é esse
Que
me oblitera qual praga de madrinha
E
me dá esse dom de Midas às avessas?
Dei
um google no peito e só achei reminiscências,
Recidivas
da mesma peça em outras montagens,
Nada
inédito,
Bricolagem
de mim mesmo, apenas.
Eu,
que tenho tanto para dar (e tão pouco a oferecer),
Morro
aqui,
Aos
poucos,
Como
afogado em útero materno,
Na
amniótica situação
De
amar demais.
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