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Escrevinhador barato, compositor, leitor voraz, cozinheiro, músico e bancário nas horas vagas

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Compartilhamentos

Mais uma do espiralado baú do Euler de Freitas.





Afogamento

A frase é essa:
O sozinho sou eu!
Isto mesmo,
Aquele que se autoentitulava o rei da solidão,
Para quem  o ser lhe bastava com sobras
E considerava a comuna simples tempero para o feijão com arroz cotidiano.
É mentira!
Sou mentira! Maior que a cantada por Roberto Ribeiro.

Sou que nem a mendiga sem métrica,
Declaro que estou em tormento,
Assino, aqui, a declaração de intenções da hecatombe implosiva.
Assumo que aquele coração que havia ficado em outra Muda para travestir-se de rocha,
Na realidade, era só gelo,
Que agora derrete em quenturas destiladas e ensimesmadas,
Independentes,
Complementares,
Que me fazem cogitar direcionar minha incoerência oblíqua para o nada,
Só para não fazê-las sofrer,
Só para poder doer em paz.
Pois hoje, invento verbos,
Não somente sinto dor,
Doo.
Inteiro,
Por mais uma vez não entender como sou possível.
Aliás,
Não sou impossível,
Sou apossível.
Amo em demasia com a mesma intensidade que consigo fazer sofrer.

Devia ser preso,
Interditado.
Melhor: compreendido,
Para que me explicassem que aperto é este,
Que vácuo de excessos é esse
Que me oblitera qual praga de madrinha
E me dá esse dom de Midas às avessas?

Dei um google no peito e só achei reminiscências,
Recidivas da mesma peça em outras montagens,
Nada inédito,
Bricolagem de mim mesmo, apenas.

Eu, que tenho tanto para dar (e tão pouco a oferecer),
Morro aqui,
Aos poucos,
Como afogado em útero materno,
Na amniótica situação
De amar demais.

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